domingo, 22 de agosto de 2010

das festas de verão

não, não estou a falar dos festivais de verão, com concertos que interessam (e que interessariam mais noutro contexto que não o de um recinto ao ar livre, mas who cares?), com milhares de pessoas, com muito pó para nos deixar sempre com a sensação de que estamos sempre imundos, por mais banhos que tomemos nos chuveiros espectaculares que colocam à disposição das pessoas, com comida e bebida não para dar e para vender, mas apenas para vender, e vender caro.
refiro-me mesmo às festas de verão, nas terras escondidas no meio do pequeno portugal onde vivemos.
sendo eu uma moça do campo, e gostando eu de vir a casa sempre que posso, ver a família e amigos, deparo-me sempre, em pleno mês de agosto, com a cidade meio vazia. meio morta, mesmo. não há grande coisa para se fazer aqui, a discoteca está fechada para férias (que grande perda... NOT), e o centro de artes e espectáculos, que nos poderia oferecer alguma coisa de interessante, concertos pequenos, mas giros, cinema, (algum) teatro, também tem as portas encerradas ao público.
o que é que resta? os pequenos cafés, para uma pessoa conversar, beber umas minis, e comer uns amendoins, e as festas de verão das terriolas à volta. aaaaah, as festas de verão.
aqui perto há imensas, sempre, quase todos os fins de semana temos pelo menos duas por onde escolher.
nestas festas encontramos os cenários mais deprimentes, os maiores quadros de miséria que podem imaginar, desde as raparigas que nunca saem de casa, e se aprumam todas (ou assim pensam elas) para ir ao baile da aldeia, aos rapazes que mesmo sendo meio campónios pensam que podem convidar qualquer rapariga para dançar, às senhoras velhas, que dançam com as vizinhas (já que os maridos preferem estar a apreciar as miúdas que vêem da cidade de propósito para aquele acontecimento, ou no balcão do bar a beber minis), às pessoas que levam os filhos pequenos para estas andanças e ali vão ficando, mesmo que seja já quase de madrugada, e as crianças estejam a dormir nos bancos da igreja que alguém trouxe para o largo do coreto, onde toca a banda 5ª dimensão, com os seus quase dez elementos, entre vocalistas, membros da banda e bailarinas, às meninas e meninos que vão da cidade até ali, como eu própria, porque não se dá mais nada em lado nenhum, e até aproveitamos para rir um bocado e comer farturas e coisas assim.
ontem fui às festas da urra, não dancei, como de resto fiz nas festas dos fortios, mas imitei as meninas bailarinas da banda, que tinham umas coreografias que eram um mimo.
e ainda agora começaram as festividades... o mês de agosto é longo...

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