uma coisa engraçada que me ocorreu nos últimos dias, é pensar que, sendo eu uma pessoa que até nem gosta muito de falar ao telefone, só me calham trabalhos em que essa é a minha principal função. mas é que é desde que acabei a faculdade, no longínquo ano de 2006. não há volta a dar.
até tenho algum à vontade para falar, desde que tenha o discurso bem decorado, e tenho vindo a melhorar a minha dicção, porque tenho noção que às vezes falo demasiado rápido. mas se há coisa que odeio, é falar ao telefone. mesmo.
no meu trabalho actual, tenho de ligar para as pessoas que se inscrevem num determinado programa de televisão, e tenho de explicar o que vai acontecer, e o que estamos à procura. e mesmo com o à vontade que tenho, e com a minha dicção a melhorar, as pessoas simplesmente não me percebem.
o que eu tenho de dizer é que estamos à procura de histórias divertidas ou caricatas. e de seguida seguem-se exemplos do que as pessoas me costumam responder:

- então, a minha história divertida é que tive um acidente de trabalho e fiquei desempregada.

- divertida, divertida, não é. o que aconteceu foi que fiquei doente e incapacitada de trabalhar.

- divertida? mas há histórias divertidas, por acaso? que eu saiba não há histórias divertidas quando temos despesas.

- então, fiz um crédito para pagar os outros créditos que tinha, e tenho XXXX mil euros para pagar.

e eu pergunto-me: as pessoas são malucas? são burras? ou usam as chamadas que recebem como consulta psicológica e nem ouvem aquilo que lhes pedem?
e eu a pensar que andava a fazer-me compreender tão bem. pffff.