quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

em cada trabalho, cada pessoa tem a sua função.
quando, no AÉQC, uma pessoa arranja um ATL com mais de 100 crianças para irem participar, de modo a ajudarmos a instituição a que pertencem, o mínimo que pediria era que essa pessoa se importasse. mas não. passou para as minhas mãos coisas que não tinha de ser eu a tratar, como arranjar o transporte para as crianças irem de almada para paço de arcos.. até aqui, tudo bem, até porque eu já tinha falado com os senhores dos autocarros mais vezes.
o cenário de hoje foi o seguinte:

- acidente na ponte 25 de abril.
- autocarros a caminho de almada atrasados mais de uma hora.
- possível começo de programa sem público e sem concorrentes, dado que vinham todos do mesmo sítio.
- euzinha, prestes a ter um ataque cardíaco, e cheia de afrontamentos.

no meio de todo o stress, perguntou-se a essa pessoa que arranjou a instituição sabes onde estão os teus meninos? e sem nos olhar sequer nos olhos a resposta foi meus meninos? meus meninos salvo seja, que eles não são meus. eu fiquei a olhar, incrédula, com a despreocupação toda que ali havia, como se ela não tivesse nada a ver com o assunto, como se não tivesse sido ideia dela, como se ela não soubesse quase do que eu estava a falar.
e em vez de se por a pensar em maneiras de resolvermos a questão caso as crianças não chegassem a tempo, essa tal pessoa ficou impávida e serena, a embrulhar presentes para o programa do dia seguinte, coisa que nem era ela que tinha de fazer. e a meio do programa é que se chega ao pé de mim e pergunta então, está tudo calmo? oi? tudo calmo? tudo calmoooooo? deves estar a gozar com a minha cara, vai mas é para um sítio que eu cá sei. era o que devia ter respondido. mas não, disse só que sim, estava tudo bem, e virei o olhar.

e eu pergunto-me: não podiam ser estas pessoas a irem embora, agora que vai começar uma nova fase do programa já em janeiro? era tão mais fofinho..

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